Silencioso Desespero

Thoreau teria dito: “grande parte dos homens vive vidas de silencioso desespero”.
Ao pensarmos sobre estas palavras buscamos compreender sob quais aspectos a vida que levamos nos estimula e nos preenche. E mais, sob qual silêncio vivemos de forma a mantermos os pensamentos conscientemente focado no imaginação que esconde o real.
Sendo homem comum, vivendo esse desespero silencioso, condicionamos a rotineira e costumás tranquilidade a pequenos momentos de alegria, mas sempre impulsionados à necessidade de realizar grandes feitos, de sermos reconhecidos e aclamados. Pois, a contemporaneidade cria expectativa de sucesso, mesmo sem compreendermos a dimensão desse significado em nossas atitudes.
Surge, momentos de distração e ações pontuais que nos remetem prazer e consequentemente estabelecem uma ampla relação de resiguinifica cão deste mesmo real numa ilusão pontual que mantém a sobrevivência.
Dessa forma, a arte torna-se um fundamental engrenagem que nos preenche  e constrói uma defesa mística. Seja na projeção dos sonhos na leitura, nos filmes e suas imagens, em novelas e teatros. Seja nas conversas e bebedeiras quando inventamos, gritamos e nos tornamos fortes com histórias e idéias.
Logo, a busca de sobresair-se do comum é constante, mas muitas vezes irrelevante. A vida não se resume a estas expectativas. O trabalho diário, as responsabilidades e o sistema impõe variáveis ao cotidiano que se desdobram em contato com os interesses comuns, e mesmo com os interesses extraordinários.
Portanto, compreender os desdobramentos dessas ligações, vencer as barreiras, jogar o jogo da vida com prazer  e com clareza é boa parte do caminho.
É  necessário compreender o comum, o óbvio,  mas não podem ser correntes que prendem a sua alma nem seus instintos. Sobreviver, como colocam as diversas vozes da atualidade,  é tão importante quanto sonhar os grandes feitos. Isso porque qualquer ação vem dos passos cotidianos, e em todos os casos a vida se tornará comum sendo vivida repetidamente. Portanto emerge a necessidade de estabelecer novas metas e novos objetivos a todo instante.
Isso é  a busca pela superação do comum e deve ser visto em todos os níveis e esferas.
Esse desespero silencioso há de se apresentar no cotidiano, e vamos sempre aguardando as portas se abrirem, vivendo mistérios algumas vezes inexplicáveis. São pessoas que aparecem, canções inesperadas, toques de fé.
Ao que passa o tempo, enfim, a vida vai se moldando, a correnteza levando, estabelecendo e cristalizando os limites. Não que não podem ser rompidos, mas o tempo cria crostas onde a libertação vão se tornando cada dia mais difícil.
Seberemos pois quais caminhos nos darão tranquilidade e leveza, se for caminhando e sentindo?