Cabôco Índio

É possível viver além das suas fronteiras culturais?
Os vários cabôcos indios que estavam na UEFS nesta quinta feira me remetem a pensar nesse elemento, pois somos criados por uma sociedade que nos acostuma com a mesmice a todo tempo.
São sempre os mesmos temas , os mesmos enrredos, os mesmos discursos, as mesmas novelas, as mesmas manifestações, nada de novo nos acontece. São sempre os mesmos problemas...
Os governos não funcionam, o modelo adotado mantém a distância entre o povo e os que mandam no que é do povo. O dinheiro impõe sobre a vida os seus interesses, os movimentos são usados para o sustento, a vaidade controla as ações.
Não se crê mais na revolução, não se tem mais esperança. Nada de novo nos acontece...
Existem reformas urgentes, falar de sistema é coisa banal, declarar-se bom é ser hipócrita, não temos mais chances, a coragem se foi.
Mesmo assim é possivel viver além das próprias fronteiras?
Quantos de nós nos sacrificamos realmente para a contrução de um novo modelo?, quantos de nós nos permitimos viver além dos discursos intelectualizados e construir uma praxis cotidiana de entrega completa?
Quantos de nós nem sabe o que é lutar?
Nem sabe que deve existir luta?
Lutar pra quê??
Quantos dos outros nos dominam?, quantos dominam o que nos rege?

Juventude olhai o sinal... Olhai o caminho... Olhai a dor... Olhai o outro...
A cultura do outro está a nosso dispor, nas universidades sim, mas principalmente nas tribos... nos guetos... nos quilombos... nas favelas...

Primeiro temos que conhecer o outro, entender o outro, sofrer pelo outro.
Os passos futuros não saberemos dizer, mas conhecer de forma concreta as culturas além das nossas imaginações e nos permitir vivê-las na sua intensidade vai abrir caminho para um novo modelo. No mínimo um modelo de respeito as escolhas, as maneiras e verdades que os outros nos apresentam.

"O sinal está verde"